quinta-feira, 30 de junho de 2011

Três encontros para escrever: o terceiro

No último encontro, no Sesc Belenzinho, a música de Erik Satie envolveu a sala e despertou os mais diversos efeitos em seus ouvintes. Atentos. Os personagens, inventados no segundo encontro, aguardavam seus destinos a partir das novas sensações e desejos dos participantes: 

Um homem faz  a barba em frente ao espelho. Uma mulher toca piano.     
A menina de bochechas rosadas e uma maçã esquecida na geladeira.     
Uma mulher emaranhada em seus tecidos.
A jovem esperando Pedro. 
Os dois irmãos com poderes mágicos. A força dos elementos : a água , o fogo. 


O cheiro de tabaco, a decisão de um homem.

 A paixão despertada por um perfume doce. A jovem com as sacolas na mão.
Todos desenvolveram suas pequenas narrativas. E aqui, nos comentários, abre-se um espaço para os participantes da Oficina apresentarem  trechos dos textos escritos,  na gostosa tarde de inverno, da última terça-feira, dia 28. 

5 comentários:

  1. "...frente ao espelho, fazia a espuma do creme de barbear cobrir seu rosto. Em seguida, com um aparelho de barbear, daqueles antigos onde a gilete era fixada, removia aquela máscara para dar lugar à pele tisnada de sol, mas lisa na medida exata de um homem. O toque final vinha com a loção Acqua Velva, de um perfume másculo como pedia sua integridade..."

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  2. Uma oficina que me fez acreditar mais em mim e em possibilidades que antes jamais cogitadas. Adorei!!Sheila Correia

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  3. Minha doce professora, aí vão dois poeminhas que fiz a algum tempo passado. É para enriquecer o seu espaço. Abraços.




    PREMÊNCIA

    Eu quis te ver, falar ,sentir, agora,
    a lida não pede, é madrasta, ordena.
    O dia logo se transforma em hora
    e, à noite, paciente, te espero em pena.


    Ouvir tua vóz, é carícia doce
    sentir tua mão,é seduzir meu ego
    mas estás distante, não consigo a posse
    da razão ,do real , que ao sonho nego.


    Não mais és meu amor , no verso.
    És recanto de lembrança plena,
    que ocupa a mente, a alma, o senso.
    Mais que tudo, és tu Paixão , meu vício.


    DESABAFO

    Vai passar, mas no momento
    não quero que passe.
    Por não querer
    deixei que escapasse
    palavras, paixões
    sentimentos quase hostís.


    Se antes, era, ou foi diferente
    agora, estranho,até obtuso.
    ? quando o coração fremente
    transforma a alma ingente
    em algo confuso?

    Se fiz sofrimento
    em ti no passado
    foi sem saber, calado.
    Agora quem sofre embalado,
    no doce carinho ,do seio amado
    é um simples mortal aqui presente.



    Ângelo Lattari

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  4. REMOENÇA

    Caminhava só. Os pés batiam no calçamento como os dedos martelam as teclas de um piano. Seus conflitos recentes marcavam o ritmo, ribombavam em seu cérebro tal como o badalo percurtindo um sino e davam a direção incerta de seu rumo.
    O tempo gasto nesta remoença, de pensamentos insanos,não valia a pena e nem pagavam em prazer a antecipação da desforra.
    Ela haveria de sentir que a vida não é um riacho doce serpenteando sob os arbustos agrestes e perfumados de uma tarde de primavera. Esse tempo já passou e foi tão gratificante que será difícil esquecê-lo.
    Agora teria que ser mais duro ao tratá-la no dia-a-dia,teria que ser mais incisivo,acabaram-se os momentos de carinho.Teria que agir assim para harmonizar aquela relação de amor e ódio que vinha alimentando seu ego.
    No descompasso em que estava surpreendeu-se ouvindo a própria voz,
    "Traição, jamais !!!"

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  5. Carlos, Sheila e Angelo,

    Parabéns pelos textos! E espero que vocês sigam escrevendo. E para todos que participaram do curso, está aqui aberto o espaço para seus textos. Aguardo. Um abraço, Carla.

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