terça-feira, 16 de novembro de 2010

Bruxa à solta

Bruxa


Meia noite,

escuridão.

Sopra o vento,
escura sombra,
fio de voz,
bizarro som

Enrugada e branca,
longas unhas de mãos grandes.
Na janela mostra o rosto,
e a boca enegrecida
solta um  suspiro esquisito
preto grunhido







Quer entrar
naquela casa,
pra roubar mais um menino,
bem quentinho
em seu abrigo.

Maga, bruxa, feiticeira,
das noites longas a vagar,
em busca de mais um pequeno
para seu castelo levar.

Horrenda verruga no nariz,
com pelo de espetar,
balança pendurada
enquanto caminha
a maga bruxa malvada...

Pela fechadura da porta
se encolhe,
escorrega a infeliz
para dentro do quarto,
passando por um triz.


Já bem perto da cama,
arregaça as mangas pretas,
e suas garras do horror
pálidas surgem,
com unhas afiadas
de cortar até o ar.

Mas o bagunceiro menino
deixa o carrinho
no meio do destino
daquela noite escura.

E um tropeção
joga a  bruta senhora  para o chão!
Quebra o pé e o nariz
e vai-se embora sem demora

_ Bruto, bruxo menino!
diz  a maga dolorida.
E num piscar de olhos
desaparece em seguida.


( Texto e ilustração do livro: Poemas Para Assombrar - Editora Larousse).

3 comentários:

  1. A bruxa malvada saiu dessa toda quebrada, adorei!

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  2. carla:
    levo pra minha página.
    obrigado.
    romério

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  3. Sim, Romério.

    Obrigada pela sua simpática presença nas minhas produções..

    Carla

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